18 de agosto de 2019

Pensamentos de Freud


Nascido em 6 de maio de 1856 na Áustria, o neurologista Sigmund Freud é considerado o “fundador” da psicanálise e foi responsável por popularizar o método de tratamento psicológico através do diálogo entre paciente e médico, tão comum hoje em dia. Muitas de suas teorias envolviam mecanismos da mente inconsciente, como a interpretação de sonhos, e dividiram os estudiosos da época, embora tenham contribuído para desenvolver técnicas terapêuticas baseadas principalmente na análise clínica.

Entre os artigos publicados por Freud, alguns desvendaram e transformaram a visão da psicologia sobre a sexualidade, o desenvolvimento da mente humana e o significado de diversos comportamentos inconscientemente “fabricados” durante a infância. Entenda os principais conceitos e estudos deixados pelo psicanalista:

Nossa sexualidade se desenvolve 

por vários estágios durante a infância
De acordo com a teoria de desenvolvimento psicossexual de Freud, as crianças percorrem várias fases de amadurecimento centradas em zonas erógenas. Se completasse todos esses períodos, o neurologista acreditava que o indivíduo seria capaz de desenvolver uma personalidade saudável, mas a fixação em qualquer um dos estágios poderia atrapalhar a evolução até a vida adulta.

Cinco fases determinam essas transições: oral, anal, fálico, latência e genital. 


No primeiro ano de vida, a boca é o objeto central de prazer, razão pela qual os bebês nascem com um “reflexo de sucção” e o instinto de mamar nos peitos da mãe — se essa necessidade não for preenchida, a criança pode crescer com hábitos como roer unhas ou chupar o dedo; 

até os três anos, as crianças passam a exercer o controle sobre suas necessidades fisiológicas e qualquer desenvolvimento impróprio desta fase pode resultar em uma criança excessivamente organizada e preocupada com a ordem; 

entre três e seis anos, surge o prazer concentrado nos genitais e com ele o chamado Complexo de Édipo, que envolve o desejo de um menino por sua mãe e sua vontade de de substituir seu pai, visto como um rival;

já no período de latência, os instintos sexuais costumam ser reprimidos e, a partir dos 12 anos, a fase final leva o indivíduo a direcionar seu interesse para membros do sexo oposto. Muitos aspectos dessa teoria, no entanto, já foram substituídos por conceitos mais modernos da psicanálise.

A psique humana é 
dividida em três partes
Em alguns de seus trabalhos propostos durante a década de 1920, Freud sugeriu que a mente humana é dividida entre o Id, Ego e Superego: o primeiro representa o inconsciente completo, parte impulsiva da psique que, durante a infância, proporciona apenas as capacidades básicas. O Id citado pelo psicanalista é formado pelo princípio do prazer, que busca preencher vontades sem considerar qualquer aspecto da realidade.

O Ego observa que nem sempre nosso Id é capaz de obter aquilo que deseja, já que essa expectativa pode por vezes causar problemas. Em outras palavras, nosso Ego existe para sempre levar a realidade em consideração. Também é papel do Ego ponderar as exigências do Id e o aspecto autocrítico do Superego, que surge a partir dos cinco anos e compõe a parte moral da mente humana.

A maioria das emoções 
e impulsos humanos 
está “escondida” no inconsciente
O conceito da inconsciência foi essencial para a visão de Freud sobre a mente humana. Ele acreditava que boa parte daquilo que vivemos — emoções, impulsos e crenças — surge através de nosso inconsciente e não é visível pela mente consciente. Lembranças traumáticas, por exemplo, ficam “bloqueadas” na memória de um indivíduo, mas continuam ativas sem sabermos e podem reaparecer em certas circunstâncias.


Já a mente consciente, segundo Freud, define pouco sobre nossa personalidade. Um terceiro nível da psique foi chamado de subconsciente ou pré-consciente: parte da mente que recupera informações das quais nem sempre nos lembramos, mas que podemos acessar quando necessário.

Os sonhos são uma representação 
de desejos reprimidos
Publicada em 1899, sua obra A Interpretação dos Sonhos abordou os processos conscientes e inconscientes dos sonhos e representa o início da teoria sobre o “inconsciente dinâmico”, desenvolvido ainda durante a infância.

Freud argumentava que sonhos funcionam como o cumprimento de um desejo, muitas vezes reprimido, e propôs o “fenômeno de condensação”, ideia de que um simples símbolo ou imagem visto no sonho poderia carregar vários significados e vontades ao mesmo tempo. Sua análise, apesar de ter sido bastante criticada, forneceu modelos para o tratamento de sintomas e mecanismos relacionados à repressão e a comportamentos compulsivos.


O luto e a melancolia são duas reações diferentes que envolvem alguma perda
Em um artigo publicado em 1917, Freud explicou a diferença na origem das sensações causadas pelo luto e pela melancolia, dois tipos de resposta a alguma perda. O luto representa o sofrimento de perder algum familiar ou pessoa amada e seu processo ocorre no consciente.

No caso da melancolia, o indivíduo não é capaz de identificar facilmente a razão de sua dor, que ocorre em grande parte na mente inconsciente. Enquanto o luto é considerado um fenômeno saudável e necessário para nos recuperarmos de alguma perda, a melancolia é uma patologia e envolve a perda de autoestima, sem aparentemente envolver a perda de algo concreto ou físico. Sintomas da melancolia também se assemelham a alguns vistos na depressão.

Abraços Fraternais

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