8 de julho de 2017

A Cura Pela Fala


Sigmund Freud, após anos de estudos e atuação na área médica, resolveu dedicar-se à estudar a mente humana e seu funcionamento, exercendo prática sobre assuntos ainda não trabalhados ou pouco elucidados pela medicina até então.

Com um percurso ímpar, fundamentado após anos de escuta de seus pacientes, Freud percebeu que no discurso, na fala do sujeito, encontra-se o principal e necessário para tratar a angústia. A descoberta Freudiana, o Inconsciente, é o marco diferencial fundamental entre a Psicanálise e as psicologias.

O trabalho de Freud foi resgatado por Jaques Lacan, que propôs um retorno aos ensinamentos Freudianos. A partir deste retorno à Freud, Lacan avançou e aprofundou a Psicanálise em teoria e em repertório de atuação na clínica.

Distanciando-se de uma medicação da angústia ao silêncio, a Psicanálise dá voz à angústia, propõe seu trabalho no campo da fala, campo no qual o homem foi forjado e constituído, na palavra, na cultura.

​Inúmeros acontecimentos são impostos na vida de uma pessoa, porém o sujeito tem papel ativo em grande parte das situações que se coloca constantemente, é aquele que tem papel ativo na sua vida, e a Psicanálise vem para acordá-lo para seus próprios gostos, atitudes e decisões.

​O trabalho em Psicanálise ocorre através da associação livre, o sujeito deve falar livremente, discorrer sobre todo assunto que lhe vier à mente, sem censura. Cabe ao analista, com a escuta treinada, apontar e pontuar pequenos fragmentos que vão se destacando no decorrer do discurso.

​A análise visa transformação, provocar uma mudança no analisante, mudança perante ao que se queixa. Visa abandonar a repetição dos erros e das situações frustrantes as quais insiste em se colocar, e lançá-lo ao encontro de seu desejo, fazer valer a sua vida.

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